“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

“A URGÊNCIA DE KRONOS” (Fragmento I)

(autor desconhecido)


“Preciso viver a cada instante, o tempo todo, gritar o grito apaixonado que se confunde com a loucura, e com os esforços redobrados, pois a Liberdade me cerca. Estou livre numa sala e ordeno-me que permaneça livre naquela sala, mas não quero ficar lá sozinho.

Procuro então, cada vez com mais freqüência, este caminho na terra margeado de pequenos campos. Mas isso não significa uma fuga. Este caminho no campo onde uma roseira selvagem cresce sozinha num declive, é um prolongamento da minha realidade. Um poeta errante com um pequeno relógio.

Não preciso encontrar a Paz num mundo imaginário. Até mesmo prescindo de Paz. Minha Paz é doutra ordem, de ordem dialética. Também não há dois mundos (um real e outro imaginário) e, assim sendo, não preciso abandonar um pelo outro. Estou livre num único mundo e nele posso perder, até mesmo minha Liberdade.

Talvez nos fins dos fins, baste que eu consiga uma única coisa: entregar minha Vida como mensagem clara e inteligível. Mas o fim dos fins acontece a cada momento presente. Este relógio em que penso, minha esperança depois de tantas derrotas. A prova de meu AMOR.

Não preciso dormir e em minha eterna vigília estou voando...”

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