“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mini-curta experimental "A CASA"

Resultado de exercício na Oficina de Direção para Cinema/Vídeo, com Camilo Cavalcante (IAP-fevereiro de 2010)

*Pode ser visto também, no link:

http://www.youtube.com/watch?v=K3BD_A1IN-M




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*Inspirado em fragmentos do conto "A CASA"(2009), de minha autoria.

Argumento:
De uma conversa informal acerca de um livro de Filosofia, dois interlocutores adentram no universo pessoal e imaginativo de ambos, trazendo à tona lembranças e sentimentos até então adormecidos, desembocando questionamentos sobre assuntos universais do convívio humano, tais como; Amor, Raiva, Dor, Juventude, Frustrações, Alegria, etc., originando uma teia de acontecimentos internos (sensações/lembranças) e externos (relacionamentos humanos) no mundo das personagens, misturando realidade e fantasia. O filme convida o espectador adentrar no universo onírico e intimista dos interlocutores.






A CASA


Ficha Técnica:

Duração: 5':15''
Gênero: Ficção
Atores: Freyre d'Andrade e Katiuscia de Sá (off)
Contraregragem: Freyre d'Andrade e Katiuscia de Sá
Direção de Arte/ Fotografia/ Roteiro/ Argumento/ Colagens: Katiuscia de Sá
Direção Geral: Katiuscia de Sá e Freyre d'Andrade

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Amor - A Cura Divina

Reiki é uma forma de terapia baseada na canalização da energia universal (rei) através da imposição de mãos com o objetivo de reestabelecer o equilíbrio energético vital de quem a recebe e, assim, restaurar o estado de equilíbrio natural; podendo eliminar doenças e promover saúde, e já é reconhecido como terapia alternativa complementar pela OMS.

Reiki é uma palavra japonesa que significa “Energia Vital Universal”. O Reiki não é uma religião e nem uma crença. Ele abre novos caminhos para experiência espiritual e o aprendizado. Para receber a técnica do Reiki, a pessoa precisa passar por uma iniciação feita por um Metre de Reiki. Essa iniciação é feita pela imposição das mãos em forma de uma concha, visualizando símbolos (secretos) entrando no corpo da pessoa. Em uma iniciação a pessoa que vai receber o Reiki, fica em uma posição confortável, com a coluna reta para facilitar a absorção de energias.

Geralmente durante as sessões muitos mestres de Reiki preferem ficar em silêncio para facilitar a conecção com seus mestres, seres superiores e outras energias. As posições são variadas trabalhado atrás da cabeça e na frente. A duração de uma iniciação pode levar de uma hora a uma hora e meia, variando de mestre para mestre. Após esta iniciação a pessoa não precisa passar novamente por este processo para melhorar ou recuperar os seus canais de energia. A pessoa passa por uma grandiosa transformação, se tornando diferenciada das outras. Esta transformação permanece por toda a vida.

Uma vez que você foi iniciado, a energia do Reiki é então, encaminhado através do corpo num passo correspondente à aquele que é necessário para a cura. O corpo humano ou animal, radia calor e energia. Essa energia é a força da vida chamada CH'I. O que cura é a energia do Cosmos (Ki ou CH'I) que é direcionada pelas mãos do praticante. A palavra CH'I quer dizer "ar, respiração, vento, essência vital, energia ativa do universo..." CH'I ou KI é também a força vital da Terra, dos planetas, das estrelas, dos céus e das fontes de energia que afetam os corpos com a energia KI. A energia que sai das mãos do praticante de Reiki, é uma energia transformadora, trazendo o KI da Terra e dos Céus para dentro do corpo humano e animal.

Na energia vital do Reiki, a pessoa que está sendo inicializada, fica com todos os canais de energia abertos e limpos de obstruções pela inicialização do Reiki. Na prática do reiki, não há transmissão de nenhuma energia pessoal.

O Reiki permite igualmente ao paciente e ao terapeuta entrarem em contato direto com seu Ser Universal, sua essência Divina e Humana, permitindo ocorrer transformações positivas graduais, um processo de crescimento continuo e permanente.

A cura através da pratica do Reiki se dá diretamente através das glândulas, e as mesmas estão estritamente relacionadas aos chakras nessa linha de ação. Reiki é uma antiga arte de cura pela imposição das mãos. Redescoberta no Japão, no século XIX, pelo Dr. Mikao Usui, um monge cristão de origem Japonesa.

A técnica já era conhecida pelos monges budistas, mas foi abandonada, pois para o budismo a cura do corpo não é uma meta, e sim a libertação da mente. Mikao encontrou em antigos registros fórmulas de cura - simples e práticas - derivadas de anotações em sânscrito feitas por um seguidor de Buda, há 2.500 anos.

O Reiki constitui-se de uma energia de cura natural que passa a fluir de forma poderosa e concentrada pelas mãos de um canal, que é o Reikiano (pessoa sintonizada no Reiki). Rei significa Energia Universal da Vida. Ki é uma parcela do Rei que flui através de tudo aquilo que vive. Por isso, o Ki também é nossa energia vital, sendo conhecido pelos hindus como Prana, pelos Kahunas como Mana e pelos chineses como Chi. É também conhecida como Bioenergia ou energia cósmica.
O Reiki não segue qualquer religião ou prática meditativa em particular.






Níveis do Reiki

Reiki I

No Reiki I, a pessoa passa por um processo de limpeza que pode durar 21 dias. A pessoa pode sentir dores inexistentes, sentimentos como: ansiedade, angústia, etc. Este processo é temporário e varia de pessoa para pessoa. Outros passam 21 dias de limpeza sem dores ou qualquer sentimento estranho. É aconselhável que, ao se formar no Reiki I, as primeiras aplicações sejam feitas em si mesmo para poder sentir e vivenciar o reiki.

Com o reiki I, você pode energizar plantas, animais, remédios, cristais e objetos em geral. A duração das aplicações de reiki I é de 10 minutos ou mais em cada posição.

No nível I, o “Despertar”, trabalha-se intensamente a energia no nível celular, despertando o corpo físico para a energia transcendente, estimulando sentimentos imateriais, abrindo a consciência do individuo para outras dimensões e formas de viver o mundo.

No processo de iniciação todos os canais de força do corpo, os responsáveis pela captação e distribuição da nossa energia, serão reativados a funcionar nos moldes originais (antes de o pensamento humano sofrer traumas provenientes de comportamentos e reações diversas a fatores externos que causaram medo, raiva, repressão, retração, etc...).

O principal veiculo para a Energia Vital do Universo está se fazendo presente no nosso corpo e no meio ambiente a nossa volta, são os chakras, e é exatamente nesse veiculo que a “iniciação” vai agir, retificando a sua velocidade. Sabe-se que quanto menor a velocidade da pulsação mais próximos da energia terrena se encontra o paciente; e quanto maior a rotação de energia nos chakras mais próximo do Cosmo o individuo se encontra.

Esse processo todo se consolida através de mantras (sons) e yantras (formas) que têm o poder de quebrar o tempo e espaço.
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Reiki II
Para a pessoa passar para o nível 2, é preciso ter experiência na prática do reiki. O nível 2 trabalha os aspectos emocionais da pessoa, permitindo uma ligação profunda com a energia cósmica.

Novamente a pessoa passa por 21 dias de limpeza, para que o karma da pessoa seja liberto e purificado de energias bloqueadas e negativas. São entregues 3 símbolos (mantras e yantras) de muito poder. Esses símbolos são secretos e só podem ser conhecidos pelos praticantes do reiki. Cada um deles tem uma função especial.

O primeiro, tem um poder muito forte de limpeza. Limpa ambientes, pessoas e objetos.
O segundo, age na parte emocional, trazendo à tona todos os sentimentos negativos. É importante usar os símbolos na seqüência certa, no caso 2 e 1. Por exemplo, o símbolo 2 para trazer a tona as energias negativas e o símbolo 1 para limpar.

O símbolo 3 permite atravessarmos a barreira do tempo, ou seja, passado e futuro. O símbolo pode ser usado para energizar pessoas à distância.

No nível II o iniciado pode levar Reiki ao passado, presente ou ao futuro de um paciente, é a própria energia Reiki que irá estabelecer onde aconteceu determinado entrave/barreira/bloqueio, etc no beneficiado com as irradiações, levando a Energia do Cosmo com maior ou menor intensidade, sem a interferência de quem serve de canal para essa irradiação.

Após a “iniciação” com processo de abertura para a energia sem limites do Cosmo (Reiki), começa o período de expurgo das impurezas e toxinas que foram removidas dos corpos: físico, emocional mental e espiritual. Esse processo de expurgo se dá em 21 dias (três dias para cada chakra), após esse estágio o paciente e/ou o iniciado estará livre de todos os entraves de ordem psíquica. A forma de expurgo desses entraves acontecerá através da saída de dejetos físicos (urina/fezes), pelos poros (através de suores), ou através de sonhos, será a própria energia Reiki que apontará essas aberturas para o reequilíbrio do Ser.
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Reiki III
É necessário que a pessoa tenha um conhecimento profundo do reiki. Nesta etapa a pessoa passa por um processo de grande transformação mental. Neste nível é entregue mais um símbolo, que permite o praticante a curar em massa. Ele aumenta 100 vezes o poder de cura, diminuindo a duração de aplicação do reiki II pela metade. A pessoa passa novamente pelo processo de 21 dias de limpeza.

Mestre Reiki
No mestrado é atingido a realização plena do ser, permitindo o praticante a iniciar outras pessoas na prática do reiki.





O que são os CHAKRAS?

Os chakras podem ser alinhados em apenas uma sessão. Abaixo, darei uma breve explicação do que são os chakras e onde se encontram. Para saber mais sobre os chakras, visite a nossa página de Chakras.
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- O Chakra Coronário está localizado acima da cabeça, ligando as pessoas com a espiritualidade e com Deus. A cor relacionada à esse chakra é o viloleta.
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- O Chakra do 3º Olho está localizado entre as sombrancelhas. Esse é o chakra da percepção e do conhecimento do Universo. Ë o centro do poder da mulher e representa a criação. A cor relacionada à esse chakra é o roxo.
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- O Chakra da Garganta está localizado na base do pescoço. Sua função é a comunicação com o físico e o psíquico. É na garganta que está localizado a criatividade do ser humano. A cor relacionada à esse chakra é o azul claro.
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- O Chakra do Coração está localizado no meio do peito. As emoções, o amor universal e o amor ao próximo estão ligados à esse chakra. Duas cores podem ser usadas nesse chakra: o verde e o rosa.
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- O Chakra do Plexo Solar está localizado abaixo do chakra do coração. É o centro de força do homem. A comida que ingerimos está associada com esse centro de energia. A cor relacionada à esse chakra é o amarelo.
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- O Chakra do Umbigo está ligado com a purificação. As primeiras impressões e os sentimentos antigos estão relacionados com esse chakra. Também é o centro sexual. A cor relacionada à esse chakra é o laranja.
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- O Chakra da Base está associado com os genitais. Esse chakra é a porta para a Vida e a Morte, o Nascimento e o Renascimento. Tem uma ligação profunda com a Terra, ligando a pessoa com a vida novamente. A cor relacionada à esse chakra é o vermelho.

Algumas escolas ensinam que o Reiki entra nos seus praticantes através do sétimo chakra (a Coroa), preenche o sistema energético sutil do praticante, e após ser transubstanciada no chakra Cardíaco, flui através das suas mãos para o corpo de quem recebe.

Outras escolas ensinam que a energia entra através do primeiro chakra (raiz), preenche a aura, torna-se centrada no quarto chakra (coração) e flui através das mãos do praticante.

A maioria das escolas ensina que a energia Reiki é uma energia "inteligente", que "sabe o que fazer", ou "onde é necessária". Também afirmam que, por outro lado, se quem recebe não estiver aberto ao tratamento, modificando suas emoções, pensamentos e atos nocivos, a energia não terá efeito duradouro no organismo, persistindo o desequilíbrio energético e, por conseqüência direta, a enfermidade.
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O Reiki é considerado complementar a qualquer tratamento convencional, pois trata-se de sobrepor as mãos e meditar, orar ou torcer pela cura de todos envoldidos (doador, receptor e todos os demais seres do universo). Acredita-se que o reiki teria efeito mais profundo se o praticante emanar amor naquilo que faz.
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Os cinco princípios do Reiki
O que é considerado como principos do Reiki, na verdade para os japoneses e antigos praticantes do Reiki é um Kotodama, ou conjunto de preceitos que devem ser repetidos pela manhã e pela noite por possuir uma alma e por isso possuir energias curativas. São eles:
Só por hoje:

*Liberte-se da raiva
*Liberte-se da preocupação
*Seja grato
*Cumpra seus deveres
*Seja gentil com todos os seres


Para Usui Sensei, estes ensinamentos deveriam ser tratados como mantras e por isso sempre recitados para que se possa alcançar paz e iluminação.
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Efeitos da aplicação do reiki
Dente outros efeitos benéficos da aplicação do reike, podemos destacar:

1. Relaxamento neurológico profundo
2. União do lado esquerdo e direito do cérebro
3. Ativação do sistema imunológico
4. Regularização do funcionamento das glândulas
5. Regularização do funcionamento dos órgãos
6. Eliminação de substancias tóxicas do corpo
7. Limpeza dos meridianos
8. Controle de sensações desagradáveis
9. Desbloqueio dos chakras
10. Limpeza do campo eletro-magnético
11. Eliminação de emoções tóxicas
12. Insights
13. Visão diferenciada do Eu
14. Equilíbrio das emoções
15. Revisão dos padrões de crenças
16. Visão diferenciada do outro/ responsabilidade (consciência de que tudo que afeta o Outro afetará a mim e vice-versa)
17. Transmissão de energia transmutadora ao ambiente


Referências:

Apostila Curso Livre de Reiki - método Usui/ Instituto Paraense de Parapsicologia/ IPP
http://www.mistico.com/p/reiki/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reiki
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2003/06/reiki.html

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Escuridão...e Luz.


Ciúme nada mais é do que o instinto de posse que ainda não foi educado. Em outras palavras, ciúme é a mesma reação instintiva que seu cachorrinho tem quando você por brincadeira ameaça tirar-lhe seu osso. Ciúme é a emoção usada pelo seu psiquismo como reação ao medo de perder. Tem gente que gosta de sentir ciúme, pois todas as emoções geram neurotransmissores e seu cérebro fica viciado neles da mesma forma como fica viciado em álcool, nicotina, cafeína, etc.
Talvez se entendermos o porquê da necessidade da exclusividade em um relacionamento afetivo, possamos entender melhor a natureza do ciúme. Outro ponto a ser considerado é a sexualidade. Será que o amor é prisioneiro do sexo? Ou o sexo é prisioneiro do amor? Existem outras possibilidades?

Sou do contra, eu não endosso o costume popular de dizer que um pouquinho de ciúme é bom. Minha opinião pessoal é que o que não é bom para uma criança pequena não é bom para um adulto. Quando uma criança pequena quase bate na outra que quis pegar algum de seus brinquedos o os mais velhos dizem: “que feio! Tem que emprestar!”, não obstante, basta a criança pegar algo do adulto para ele sentenciar: “isso é meu e não é para brincar!“. Ou seja, fala uma coisa, mas faz outra. Bem fácil de entender.

Quando você era pequeno sua mãe lhe ensinou a não ser ciúmento com seus brinquedos de criança. Está na hora de aprendermos a não ter ciúmes de nossos brinquedos de gente grande, não acha?

Então quer dizer que eu nunca sinto ciúme? Errado, é claro que sinto. Só que ao invés de rosnar como o cachorrinho que está com medo de perder seu osso eu presto atenção para entender por que diabos eu estou com medo de perder.

Se você entender o porquê de seu medo, seu progresso e amadurecimento emocional serão levados a outro patamar. E afinal de contas o que é mais sábio, sair brigando com todo mundo, fazer beicinho, ou aprender mais sobre você? Qual das respostas você acha que um yôgin deve usar?

Não tenho como descrever em palavras como ficará a sua autoconfiança e seu poder interno se você escolher se conhecer. Isso é autoconhecimento na prática, no dia-a-dia. De nada adianta você fazer pránáyámas lindos, ásanas perfeitos se na hora que o bicho pega você corre. Já diz o ditado: se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, mas se enfrentar o bicho foge.

Fonte: http://swasthya.marcocarvalho.com/o-que-e-ciume/

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*Auto Estima

Auto Estima é a capacidade que uma pessoa tem de confiar em si própria, de se sentir capaz de poder enfrentar os desafios da vida, é saber expressar de forma adequada para si e para os outros as próprias necessidades e desejos, é ter amor próprio...
Em suma, é saber que você tem o direito e merece mesmo ser feliz!

E para ser feliz, sua auto estima deve estar num bom nível, quanto maior, melhor!
A baixa auto estima gera ansiedade, medo, depressão, fobias,...enfim, uma série de outros problemas!

As pessoas costumam confundir auto-estima com egoísmo!
Uma pessoa com boa auto estima nunca é egoísta! Ao contrário!!! Aquele que ama a si próprio, respeita-se e, automaticamente, respeita as outras pessoas e jamais desejará prejudicá-las.
O egoísta, por sua vez, só pensa em si próprio, nunca se importando com ninguém!!
E quem são as pessoas com baixa auto estima?

Quais são os seus traços característicos mais comuns?
Geralmente são pessoas que:

- possuem tendências perfeccionistas e que precisam se sentir no controle de tudo o que acontece a sua volta, o que provoca altos níveis de stress;
- culpam os outros pelos seus problemas (sempre se consideram vítimas);
- reagem rapidamente com raiva e esta é quase sempre dirigida de maneira errada para a pessoa errada;
- temem correr riscos;
- dificilmente encaram os outros nos olhos por muito tempo;
- têm pouca concentração e geralmente são causadores de problemas;
- têm pouca habilidade em ficar focado em algo por muito tempo;
- constantemente estão cometendo erros e tendo acidentes (especialmente de carro);
- tendem a ser negativistas;
- com freqüência não dão certo no casamento porque se casaram pelos motivos errados;
- tendem a abusar de álcool, drogas ou fumo;
- geralmente estão acima do peso normal;
- preocupam-se demasiadamente com as críticas e comentários dos outros a seu respeito.
- por preocuparem-se demais com o que os outros pensam sobre elas, as pessoas com baixa auto estima evitam, a todo custo, emitir suas opiniões, gostos, valores, pensamentos e sentimentos...

A baixa auto estima revela uma pessoa que não expressa os seus sentimentos, que os guarda a sete chaves. Na tentativa de ocultar os seus sentimentos para os outros, ela acaba tornando-se mentirosa para si mesma...

Um exemplo para entender melhor: Você está muito triste, mas não quer que seu amigo(a) saiba (digamos que você deseja passar a imagem de uma pessoa "forte", que nunca demonstra momentos de infelicidade, de "fraqueza"). Pois bem...Você estará mentindo para si mesmo e quando faz isso, você se sente diminuído e o o seu amor próprio também cai drasticamente! Oras, se não queremos que o outro saiba o que sentimos, vamos, pouco a pouco, evitando manter relações interpessoais, pois não queremos correr o risco de, sem querer, revelar nossos verdadeiros sentimentos.

Mas o que faz uma pessoa querer guardar os seus sentimentos para si própria quando o natural é sempre querer expressá-los?

Há várias razões para isso...ela pode ter crescido num ambiente de pouco amor e afeto, onde não se encorajava a expressão das emoções, mas ela pode, também, ter optado em não expressá-los com receio de gerar brigas no ambiente familiar ou mesmo por achar que suas emoções seriam mal entendidas ou que, ao revelá-las, estaria magoando alguém.

Não importa qual tenha sido o motivo que leva uma pessoa a ocultar suas emoções. Manter as emoções ocultas internamente gera a diminuição da auto estima!

Mesmo que alguém tenha a vida toda tentado guardar seus sentimentos, esta pessoa não está destinada a sofrer seus efeitos negativos para o resto de sua vida... A menos que ela faça esta escolha.

E por que alguém iria querer viver em um estado de baixa auto estima?
Não existe comportamento sem uma motivação ou objetivo: todo comportamento tem um propósito. Pode ser um modo de chamar a atenção para nós mesmos, ou dar a si mesmo(a) uma desculpa para o seu próprio fracasso, por exemplo.

E se você quer parar de sofrer, está na hora de começar a mudar...Nunca é tarde para isso!
E por onde você vai começar? Primeiro, comece com você.
Você tem que construir o seu amor-próprio.

E se não consegue fazer isso sozinho, busque ajuda profissional adequada!
Quanto mais verdadeiro você for com você mesmo(a), melhor será o conceito que você tem de si mesmo(a) e maior será a sua auto estima.

Autoria: © Dra Olga Inês Tessari

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O Amor

É compreensível que o discípulo de Buda não deva odiar, e que, por fim, nem consiga mais fazê-lo. Da mesma forma, ele não deve mais amar, no sentido vulgar que se atribui a essa palavra e, finalmente, nem pode mais amar dessa forma. No entanto, ele não fica insensível, indiferente. O discípulo permite que tudo e que todos partilhem, sem esperar retribuição, de sua maravilhosa capacidade de amar, que é desapaixonada, desinteressada e uniforme: ele ama apenas por amor ao amor. Isso não acontece por lhe causar prazer pessoal, ou por saciar um anseio íntimo, mas porque precisa fazê-lo devido a esse amor que transborda.

Esse amor, portanto, situa-se além do amor e do ódio. Não é como uma labareda ardente que em si própria se extingue, mas como uma tranqüila incandescência que uniformemente se alimenta de si própria. Esse amor - que não conhece desilusão, mas não recebe estímulo exterior - esse amor em que se mesclam bondade, compaixão e gratidão, esse amor que não alicia, não se impõe, que não exige, que não persegue nem inquieta, que não dá a fim de tomar, esse amor, por isso mesmo, possui um poder realmente admirável, porque nem a esse poder ele aspira. Ele é suave, meigo, enfim, irresistível. Mesmo as coisas inanimadas se abrem pra ele, e os animais, que costumam ser medrosos e ariscos, confiam nele.

Fonte: O caminho Zen, de Eugen Herrigel

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"Estou muito feliz com os verdadeiros amigos me ajudando e dando força, carinho e confiança nessa época difícil. Todos sabem o quanto sou recluso, mas ainda assim me procuram pra me tirar do marasmo. O conhecimento de como as coisas se processam "do outro lado" ajuda bastante a encarar as dificuldades com resignação para, quem sabe, virar o jogo no futuro. Ninguém é inocente, ninguém é vítima. Somos todos algozes em eterno aprendizado. Eu aprendi muito nesses meses, e ainda tenho muito que aprender. A primeira lição que ficou marcada a ferro e fogo foi o desapego das coisas materiais e sentimentais. Nada é permanente. Temos que aprender a conviver com mudanças. Nem sequer nossa vida nos pertence.

Agora... Achava que o amor desafiaria essa lógica budista. Se fosse verdadeiro, o amor sobreviveria a tudo. Mas transmuta-se, como tudo nesse mundo. É preciso que o espírito compreenda o amor em toda a sua extensão, para que apreenda a sua essência, seja como o amor de uma mãe, amor de filho, de marido, ou de verdadeiros amigos...

A essência das coisas não muda, pois é Divina, como bem antevia Platão. Portanto, faça o que fizer, pense na essência. Lute para que o que você estiver fazendo sobreviva ao tempo, pois só a essência dos atos permanece. O amor é energia sutil, mas poderosa. Precisa ser trabalhada, lapidada, como uma pedra preciosa, ou pode vir a converter-se facilmente em ódio. O amor constrói, o ódio destrói. Por isso a dualidade do Deus Brahma, o criador, e sua representação em Shiva, o destruidor/transformador. São polaridades da mesma energia mental. Assim como no Zoroatrismo, hoje estamos em eterna luta com nossas metades, a "boa" e a "má", até um dia percebermos que não existe bem ou mal, e sim ação. É regra geral no universo que o que se faz tem retorno. É a colheita da qual nos falaram Jesus e Buda.".


Siddharta Campos (dom, 23 de junho, 2002)

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*Canto XVII-XVIII


- Jamais existiram criador nem criaturas sem amor natural ou sem o amor racional que o ânimo busca. O natural nunca erra. O outro poderá errar, ao escolher mal o objeto de seu amor, por excesso, ou por falta de vigor. O amor que se fixa no bem supremo, ou nos bens secundários com moderação, não pode ser causa de mal. Mas quando pende ao mal ou busca o amor com mais ou menos força do que se deve, emprega a sua criação contra o criador. E assim, poderás entender como o amor é ao mesmo tempo a semente de toda virtude e de todo ato que merece punição. Como o amor nunca pode querer mal a si próprio, nem pode querer mal àquele que o criou, o mal que se ama é o mal a seu próximo, e este se divide em três modos:

Os primeiros só admitem a própria glória, mesmo que isto signifique a ruína do próximo (orgulhosos, soberbos);Depois há os que preocupam-se com a possibilidade do outro crescer e acumular mais fama e poder que eles (invejosos);Finalmente, existem aqueles que, por injúria sofrida, explodem em ira, e só pensam em revidar o mal causado (iracundos).

Esses três tipos de amor pervertido vistes sendo purgados lá embaixo. Agora, veremos os que buscam o bem, mas de modo faltoso. Cada um imagina vagamente, algum bem que deseja, e se deixa levar pelo desejo de encontrá-lo. Se o amor que vos impele a essa meta é lento e preguiçoso, é nesta cornija que vós o expiarás. Há outro bem que não traz felicidade, pois não vem da boa essência que é fruto e raiz de todo o bem verdadeiro. O amor que perde ao tender a esse bem em excesso é purgado acima, nos próximos três terraços (melhor dizendo, são três círculos, a saber: avareza, gula e luxúria). Não falarei deles agora. Tu os descobrirás quando lá chegarmos.

- Então presta atenção - respondeu-me - e terás esclarecido o erro dos cegos que decidem ser guias. A alma, que é criada com capacidade de amar, move-se para o que lhe dá prazer. Vossos sentidos extraem do mundo real uma imagem que é exibida internamente. É esta imagem que atrai a alma. E se ela é atraída, à imagem então se inclina, e esta inclinação é o amor, que faz parte de vossa natureza. E assim como o fogo se move para as alturas, buscando a sua própria natureza, da mesma forma vossa alma busca a coisa amada e não descansa até encontrá-la e dela usufruir. Podes agora entender como estão enganados aqueles que acham que qualquer amor é, em si, coisa louvável. Talvez assim pensem por acharem que sua essência é sempre boa, mas nem todo selo é bom, ainda que boa seja a sua cera.

- Teu discurso me esclareceu muitas dúvidas - respondi-lhe - mas ao mesmo tempo acrescentou outras. Se o amor vem de uma fonte externa, a alma não pode ter culpa em aceitá-lo e não pode ser, por essa razão, julgada culpada em segui-lo.

- Eu só posso te explicar aquilo que minha razão puder compreender - respondeu Virgílio. Além da razão, terás que buscar o auxílio de Beatriz, pois se trata de obra da fé. Toda essência, esteja ela ligada ou não à matéria, tem a sua própria virtude, que não é percebida a não ser por seus efeitos, como o verde de uma planta revela-nos a sua essência viva. Não é, portanto, possível saber a origem das vossas inclinações ou do vosso instinto. Esses desejos inatos não são, portanto, nem condenáveis nem louváveis. Mas, para manter vossos instintos sob controle, tens uma virtude inata que, munida da razão, vos aconselha. É neste princípio que repousa o vosso poder de julgamento, que é capaz de rejeitar o mau amor e acolher o bom. Aqueles que, através do raciocínio, investigaram este assunto profundamente, perceberam essa liberdade inata e a partir dela, deixaram suas doutrinas morais e éticas no mundo. Então, posto que por necessidade surja em vós qualquer amor, em vós também está o poder de dominá-lo. Essa é a nobre virtude que Beatriz entende por livre arbítrio. Lembra-te disto quando tu a encontrares.


Purgatório da Divina Comédia

*Fonte: http://www.saindodamatrix.com.br/

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Desenho: Katiuscia de Sá ("Sorrisos-Olhos e Menino-de-Asas", do conto "A CASA", da mesma autora)

*ENTREVISTA com Renée Weber, por Scott Minners, extraída do livro A visão espiritual da relação Homem & Mulher; Ed. Teosófica

Todos já ouvimos falar de amor platônico e presumimos que ele está relacionado com a filosofia de Platão. O que é isso, exatamente?O amor platônico é o mais incompreendido de todos os conceitos de Platão. As pessoas, que em sua maioria não conhecem a obra de Platão, pensam que amor platônico significa amor ascético ou assexuado. Isso não é verdade. Em O Banquete, Platão apresenta o amor sexual como um ato natural, mas com raízes infinitamente mais profundas.

No pensamento de Platão existe um princípio cósmico sobre o amor?Sim. Para Platão o amor é um princípio cósmico. Ele afirmou que o amor é uma escada com sete degraus, que vão do amor por uma pessoa até o amor pelas realidades superiores do universo. Todo o livro O Banquete, sua mais importante obra sobre esse assunto, é dedicado ao amor em seus diversos aspectos. Ele diz que, mesmo que eu me apaixone por uma pessoa, atraído por qualidades, fixar-me exclusivamente nessa pessoa é permanecer no primeiro degrau de uma escada que possui muitos outros.O passo inicial nessa escada, para a maioria das pessoas, ocorre através do amor físico. Platão diz que o ser humano busca a imortalidade através da pessoa amada, por meio da procriação. Entretanto, fixar-se nesse primeiro degrau é permanecer parado, em comparação a tudo o que uma pessoa pode vir a ser.Isso não quer dizer que Platão negue o corpo ou o amor físico. Ele apenas afirma que, se eu deixar de ampliar esse relacionamento e não subir até os outros seis degraus, vou permanecer estagnado. Os passos seguintes são um desdobramento natural da condição humana.

Aonde mais o amor pode levar? Como ele pode crescer até dimensões maiores?O diálogo completo de O Banquete é a resposta de Platão a essa pergunta. No livro, diversas figuras da sociedade ateniense estão reunidas discutindo a natureza, o sentido e as implicações do amor. Elas fazem várias descrições de amor, todas unilaterais, embora não falsas, até chegar a vez de Sócrates. Uma das pessoas disse que o amor nos faz adotar atitudes nobres para sermos merecedores do amado. Outra afirmou que o amor é uma espécie de frenesi e loucura, e outros, como Aristófanes, classificaram-no como a busca da nossa outra metade.Você poderia perguntar como é que a nossa "outra metade" se extravia. Segundo Platão, Aristófanes disse que todos as pessoas têm corpos duplos e dupla face. Haveria três tipos de humanos no mundo. Na figura homem/homem, o corpo todo era formado por figuras masculinas. Um outro tipo seria composto por elementos femininos, e por último haveria o masculino/feminino.

Seria um ser andrógino? Sim, uma figura andrógina, com uma metade feminina e outra masculina. Trata-se, na verdade, de uma fábula, um mito encantador, destinado a revelar um ponto muito profundo. Segundo Aristófanes, esses seres duplos cometeram transgressões contra os deuses; como castigo, foram divididos ao meio. Sob essa perspectiva, o amor é literalmente a busca da outra metade.Essa fábula tem implicações muito abrangentes em termos da metafísica e da ética de Platão. É um outro modo de afirmar que não somos seres completos, e que os movimentos do amor são uma busca de complemento.

Platão diz que o amor "é uma loucura que é dádiva divina, fonte das principais bênçãos concedidas ao homem."Exatamente. Ele tem uma visão muito exaltada do amor entre os sexos e, na verdade, não quer que subestimemos o seu alcance e significado. Acho que ele emprega o termo loucura para se referir ao primeiro degrau, porque, sob a influência da paixão física, perdemos de vista perspectivas e prioridades. A alma anseia tanto pelo contato com a outra pessoa que perde o juízo.Quando você está apaixonado, é como se o universo estivesse concentrado na outra pessoa. Isso não é necessariamente falso. Platão diz que, em certo sentido, o universo realmente está nessa pessoa. Você só precisa transformar essa dimensão e ver não apenas a pessoa, mas o universo nela.

Mas, no primeiro nível da escada, esse seria apenas um tipo de amor com motivação pura ou incluiria também uma relação amorosa normal, com suas doses de motivação egoísta?Essa é uma pergunta vital para compreender a ótica de Platão sobre o amor. Tudo o que ele disse em O Banquete - ao amar uma pessoa você está amando o universo e vice-versa - relaciona-se ao amor genuíno, sem egoísmo. Ele jamais apóia o relacionamento físico apenas como meio de obter prazer.

Seria correto dizer que, para Platão, o relacionamento sexual significa mais que um impulso instintivo, porque poderia colocar a pessoa na senda do amor autotranscendente?Sim, mas com a ressalva que você acabou de levantar: desde que seja uma paixão genuína, carinhosa e abnegada. Em todos os diálogos de Platão, o uso do outro simplesmente para uma gratificação egoísta se dissocia dessa senda; é uma cilada, um perigo, não é amor e não levará a lugar algum.O amor platônico é tão amplo e universal que, embora comece como amor pela forma bela, termina como o amor pela própria beleza, um princípio eterno do universo. Você é levado, de um modo muito natural, a perceber que todas as formas belas são dignas de amor, se torna sensível a todas elas. Platão emprega constantemente o termo beleza; a beleza das idéias toma-se tão ou mais real que a beleza física.

Ao universalizar o conceito de beleza manifestada na forma, Platão a vincula ao amor?Amor e beleza estão ligados. Você vê beleza quando está amando. À medida que progride, você sente por todas as formas belas a espécie de exaltação que experimentou quando se apaixonou pela primeira vez. Quando permite que o amor o leve para a frente, você sai do particular em direção ao múltiplo.Em seguida, você vê que a beleza da mente é mais maravilhosa que a beleza da forma. Platão afirma que você se apaixona pela qualidade da mente de uma pessoa mesmo que sua forma física não seja tão graciosa. Essa é uma progressão do concreto para o imaterial, sob a influência e inspiração do amor.

Esse é o passo número dois?Não. O passo número dois é amar todas as formas físicas belas. O terceiro passo é amar a beleza da mente, independente da forma física à qual ela está associada.

E qual é o passo seguinte?O quarto passo da escada do amor é a ética - o amor pelas práticas belas. Envolve integridade, justiça, bondade, consideração - características que também contêm beleza e impelem ao amor. É um passo mais abrangente e universal. Ele conduz ao degrau número cinco, que é o amor pelas instituições belas.Esse quinto estágio diz respeito ao modo como a sociedade funciona quando suas instituições estão em equilíbrio e harmonia. Trata-se de amor pelo governo, pela cultura e por tudo que a obra A Republica cita como exemplo de instituições belas. O bem comum é o interesse primordial, não o bem do indivíduo, do núcleo familiar ou mesmo da pequena comunidade.Desse ponto, a alma ascende para o sexto degrau da escada do amor. Ele é uma curva gigantesca para o alto, em direção ao universal e ao abstrato. A isso Platão chama "ciência", ou seja, conhecimento e compreensão. No sexto passo você se apaixona pela ciência, que articula não só as leis que governam o indivíduo, a família e a sociedade, mas algo que transcende o meio local. A beleza da ciência é universal, como o Teorema de Pitágoras.

Ou como a biologia da Terra?Exatamente. E como o universo de Einstein, que inclui o cosmo inteiro. A ciência apresenta beleza, harmonia e ordem. Você pode se apaixonar por isso tão profundamente quanto por um homem ou por uma mulher. Os grandes cientistas como Einstein, Kepler, Galileu e Newton afirmaram que, ao articularem as leis do universo, estavam estudando a lógica, a ordem e a beleza da mente de Deus.Giordano Bruno, filósofo e cosmólogo executado pela Inquisição em l600, preferiu ser queimado na fogueira a negar seu insight científico de um universo infinito e interligado. Ele manifestou uma paixão tão profunda pelas leis do universo que defendeu sua visão assim como um homem defenderia a mulher amada de uma agressão. Preferiu a morte à negação desse amor. Isso é amor verdadeiro.

E o sétimo degrau? Sócrates fala sobre ele em O Banquete. Você sabe que algo importante está para ser dito quando ele começa a falar, alegando que aprendeu tudo com uma sacerdotisa sagrada chamada Diotima. Nesse ponto, Platão prepara a audiência para esperar algo importante e profundo, e não nos desaponta.Diotima afirma existirem os mistérios menores e maiores do amor. Os mistérios menores são os quatro primeiros degraus. Mas, ao explicar como ascendemos na escada, ela se detém; há uma espécie de momento solene no discurso. Ela diz a Sócrates:

"Esforça-te, por favor, por estar o mais atento possível."Sempre que um personagem de Platão diz isso, você sabe que ele vai articular um ensinamento esotérico. É um momento cercado de grande solenidade, onde o autor chama a atenção para algo importante.Os mistérios maiores do amor (os degraus cinco, seis e sete) evoluem na direção da visão universal. Diotima afirma que, entre os passos seis e sete, passamos quase imperceptivelmente do mundano para as realidades superiores do universo. Platão emprega a palavra subitamente. Depois de passarmos por todos os degraus, ocorre, no sétimo passo, uma diferença de gradação; subitamente você vê não a manifestação da beleza, mas a beleza em si. Esse é o ponto alto dos sagrados mistérios.

O amor se expressa como a manifestação eterna da beleza em si. Você se apaixona pela essência que torna belas todas as coisas.Segundo o discurso de Diotima, em O Banquete, "apenas em tal comunhão, mirando a beleza com os olhos da mente, o homem será capaz de suscitar não projeções de beleza, mas realidades (pois ele entronizou não uma imagem, mas uma realidade), produzindo e nutrindo a verdadeira virtude para tornar-se o amigo de Deus, um ser imortal."

Isso soa como um contato visionário com uma realidade ou verdade suprema.É uma espécie de visão. É como ver o sol na alegoria da caverna, em A República. Depois de viver de costas para o sol e ver apenas sombras na parede, subitamente você vê a luz! É uma fusão com a forma amada, a integralidade; é uma espécie de imortalidade.O amor mundano e físico é o início da busca da totalidade. O final é a visão do que está por trás do universo, do que o faz girar. Portanto, no sétimo degrau da escada do amor, apaixonar-se é unir-se à origem do ser. É uma espécie de doutrina mística do amor, e esse é o amor platônico. Trata-se de um ponto de vista comovente e inspirador, que transcende enormemente a idéia de ficar de mãos dadas com alguém.

Platão diria que o amor está no centro da vida universal?Sim. Em O Fedro, ele utiliza uma outra metáfora para mostrar essa mesma idéia de amor, oscilando entre o mortal e o imortal, entre o específico e o universal, entre o concreto e o abstrato. Nessa obra, os amantes são impelidos a buscar regiões mais elevadas, formas mais puras de amor. Por isso, criam asas. As asas permitem que eles voem até a borda do universo, onde eles vêem as formas eternas, ou seja, a essência das coisas temporais.Em seguida Platão expõe outra metáfora: a da carruagem puxada por dois cavalos, um branco e outro negro. O garanhão negro representa o amor egoísta, quando uma pessoa usa a outra para a autogratificação.

Uma pessoa comandada pelo cavalo negro clama pela satisfação imediata dos seus desejos, sempre orientada pelo egoísmo. Se esse garanhão sombrio governa, ele perturba o equilíbrio da manada. Esse tipo de amor não conduz ao amor universal.São afirmações como essas que revelam a tendência ascética de Platão. Ele adverte contra o tipo de amor excessivo, desequilibrado e autocentrado. Isso não é amor, em absoluto; é apenas amor-próprio. Mas se a pessoa ama verdadeiramente, o cavalo branco ajuda a governar, de forma que todo o grupo - o cavalo branco, o cavalo negro e o cocheiro - possa ascender em direção à "borda do céu" e visualizar as verdades eternas. O cavalo branco fornece equilíbrio com seu bom senso, integridade, altruísmo e interesse pelo outro.

O cavalo negro seria um símbolo dos sentidos físicos, enquanto o branco seria aquilo que está além dos sentidos?Essa é a idéia, em termos gerais.

E o condutor do grupo? O que ele simboliza?Ele representa a alma e a visão da alma, o bom senso, a pureza, o desejar espiritual. O amor pode ser a própria carruagem, o veículo para nos conduzir a uma nova dimensão do ser e proporcionar vislumbres de outros estados de consciência, no próprio ato do amor.Atualmente poderíamos dizer que Platão sustenta uma união sexual intensa e profunda como a antecipação do êxtase da união com a realidade espiritual divina que está por trás do universo. É a imortalidade do homem simples. É uma manifestação, mesmo que reduzida, da união divina.

Por isso, os seres humanos certamente valorizam a experiência do amor e do sexo. Por meio de um amor sexual intenso, cada um de nós experimenta por breves momentos a autotranscendência e a abnegação.No degrau número sete da escada, essa autotranscendência, que era breve e momentânea, transforma-se no estado natural onde passamos a habitar o tempo inteiro. O "eu" desapareceu no segundo plano. No primeiro plano passaram a brilhar as verdades eternas, o bem e a beleza, entendidos como indissolúveis e evidentes para a alma capaz de vê-los.


Referência: Eros, a Força do Amor na Paideia de Platão

*Fonte: http://www.saindodamatrix.com.br/

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

*Couraça muscular do caráter


Wilhelm Reich foi um dos pioneiros na aplicação à psicoterapia de uma compreensão do ser humano que não dissociasse corpo e mente. Um dos pilares de sua abordagem é a noção de couraça muscular do caráter, em que a musculatura estriada aparece como base para tal concepção integrada (REGO, 1991).

Conforme afirma Almeida (2004), o corpo é capaz de traduzir, em linguagem não-verbal, as suas necessidades, por meio de simbolismos ou sintomas. Desta forma, torna-se possível “ler” no corpo, também, as resistências e defesas do indivíduo, uma vez que ele revela expressões emocionais vividas até o momento.

O corpo/mente, por meio do sistema nervoso central, apresenta um mecanismo de memória celular que registra experiências e reage a estes padrões (BERRY, 2003). Quando estas são potencialmente lesivas: traumáticas, dolorosas ou mesmo ameaçadoras, ocorre uma reação predominantemente em contração e um conseqüente aumento da tensão muscular. Este tipo de defesa atua tanto na proteção do indivíduo contra ações externas e experiências traumatizantes, quanto na diminuição, de forma gradual, da espontaneidade nas relações humanas, da capacidade de auto-percepção, da sensibilidade para o amor, do afeto e compaixão, bem como, dificulta a respiração plena e profunda. Em suma, impede que o ser humano viva com intensidade e plenitude (MOYSÉS e LÉLIS, 2004; REICH, 1998).

No momento no qual uma pessoa contrai sua musculatura por um longo período, essa contração passa a se tornar inconsciente e a ser controlada pelo sistema nervoso autônomo (EITLER, 2007). Quando está presente de forma crônica é considerado, por Reich, uma couraça muscular (BERRY, 2003; ALMEIDA, 2004; MOYSÉS e LÉLIS, 2004).

A couraça muscular funciona como uma “gigantesca encapsulação” e impede que a energia vital circule naturalmente pelo corpo. Do mesmo modo que o organismo fecha-se para não sentir medo, raiva, tristeza, raiva, também fica impedido de perceber e vivenciar os sentimentos de amor, prazer e afeto. Sendo assim, ocorre um “congelamento” dos sentimentos e emoções, que resultam em conflitos inconscientes e/ou doenças, por reprimir a expressão dos mesmos (REICH, 1998; MOYSÉS e LÉLIS, 2004). A couraça, segundo Reich, é o maior obstáculo de crescimento, o indivíduo encouraçado seria incapaz de dissolver sua própria couraça e seria, também, incapaz de expressar as emoções (SANTANA, 2006).

Foi o trabalho sistemático com a técnica da análise do caráter que levou Reich a descobrir que os distúrbios psicoemocionais apresentam como equivalente somático, a "couraça muscular" (VOLPI e PAULA, 2004).

O objetivo da Análise Bioenergética é reequilibrar o paciente, desbloquear a circulação, em geral carregada de repressões, de tal forma que ao longo da terapêutica ocorre auto-percepção - a pessoa se dá conta de sua história, seus traumas e dificuldades – e, desta forma, retorno da fluidez natural do organismo (MONTEIRO, 2007). Fazem parte da análise Bioenergética três aspectos fundamentais: história de vida da pessoa, postura corporal e o padrão de comportamento.

A história de vida diz respeito à forma como a criança estruturou suas defesas, na sua relação com os pais bem como forma de adaptar-se às condições familiares. O padrão corporal, somado aos papéis desempenhados, que se repetem ao longo da vida, são sintetizados pelo comportamento da pessoa no mundo. Sinais presentes, por exemplo: nos olhos, posição da cabeça, ombros, braços, diafragma, pelve, pernas e pés, além de outros como o nível de energia, volume e nuances de voz do paciente dão informações fundamentais para que o terapeuta possa direcionar o tratamento. É fundamental, portanto, para o psicanalista bioenergético, além do domínio da teoria da personalidade, que o possibilita enfrentar problemas como a resistência e transferência, uma sensibilidade para o nível corporal de modo a ler sua linguagem com precisão (MONTEIRO, 2007).

Cada um dos caracteres (defesas), de acordo com Lowen, fixa-se em algum dos anéis, de acordo com a fase do desenvolvimento em que o trauma ocorre e da formação deste (MONTEIRO, 2007), e podem ser dissolvidas por meio de massagens, exercícios e respiração. Para que a terapia alcance os resultados esperados, o paciente deve reorganizar os seus pensamentos a fim de entrar em contato com seus sentimentos e emoções ou queixas relacionadas à infância, bem como reconhecer e expressar qualquer outro sinal que vier à tona, para que o movimento torne-se mais consciente e espontâneo. (EITLER, 2007).

Quando a energia vital flui livremente, o campo energético do corpo torna-se bastante forte. Expressões dessa energia fluindo denominam-se emoções e acontecimentos energéticos no corpo, sentimentos. O campo energético pode alongar-se ou contrair-se de acordo com estímulos externos. Durante sensações de prazer e satisfação, este campo e o organismo, de modo geral, alongam-se/expandem-se, em conseqüência da atuação do sistema nervoso parassimpático, ao contrário, em sensações potencialmente lesivas (medo, tensão ou dor) o campo energético e o organismo contraem-se, devido à atuação do sistema nervoso simpático. Portanto, é fundamental manter um equilíbrio e flexibilidade na energia vital. (REICH, 1998; ALMEIDA, 2004).

A liberação da energia reprimida consegue-se a partir de posturas especiais, exercícios de uma espécie de massagem (toques) em determinadas partes do corpo (pontos-chave) e da verbalização. Estes pontos são semelhantes a terminais energéticos, locais onde esta energia reprimida fica “represada”. A dissolução desses anéis, dessas blindagens pode levar o indivíduo a sentir dores, muitas vezes insuportáveis. Com o decorrer do processo, as mesmas posturas, exercícios e toques, ao invés de dor, passam a causar prazer (SANTOS, 2004).
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*Fonte: http://www.efdeportes.com/efd131/bioenergetica-fundamentos-e-tecnicas-corporais.htm