“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

SUSPIRO DAS RAÍZES


A Beleza é feia
A Perfeição dói...
A vida desmata-se no vazio das formas,
O suspiro das raízes a refaz...
Das águas brotam o raso da dor
Meus filhos não nascerão para ramificarem-se em ramalhetes.
O fertilizante da terra moveu-se,
E a Flor mais rara e pura pede socorro
(não há par no deserto...)
Apenas miragens que lhe sombrearam os olhos.
Mas a vida continua no pequenino suspiro das raízes.
O solo se refaz a todo instante,
E a Flor mais rara e pura
Move-se sobre a infértil face da terra,
Através de um tenro suspiro.


Hellen Katiuscia de Sá
04 de abril de 2008

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