“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MIHR Ã-WAY


Sou uma menina estranha
E rígida como os talos de trigo curvados
E felizes à reação do vento.



Atingi minha infância de maneira tão trágica
Que ninguém consegue estar em mim,
Senão através do total exílio de si mesmo.

Sou casada comigo
- A Lua e o Sol num céu impenetrável!



Não sei em que ano estou...
Apenas sei que trafego em algum ponto...


Vivo em mim somente,
E a única ponte entre o exterior e meu mundo,
É a minha respiração...



Katiuscia de Sá
28 de setembro de 2008.
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terça-feira, 13 de outubro de 2009

MAGNETISMO PESSOAL

Todas as coisas existentes no universo são regidas por uma energia sutil, inerente e participativa em todas as coisas, sejam palpáveis ou não. Estamos falando da Energia Cósmica.

Essa Energia Cósmica, já amplamente estudada e citada por todas as ciências, tanto exatas quanto esotéricas, é o que governa nosso magnetismo pessoal ou carisma. Por exemplo: na Cabala a Energia Cósmica é chamada de “Luz Astral”; para os hindus trata-se da energia “Prana”; para os chineses é a energia “CHI”; para os japoneses é “KI”.

O fato é que tudo é constituído de energia. Então vamos compreender o significado profundo da palavra ENERGIA. Ela deriva do grego “energes” = ativo. “Energes”, por sua vez, deriva de outra palavra grega “ergon” = obra. Logo, conclui-se que energia significa “atividade”. Quando tornamos algo ativo esse algo muda de forma. Melhor dizendo se transforma, se projeta ou se retrai. Mas está em movimento independentemente da direção em que é impelida.

Os seres vivos absorvem a Energia Cósmica através de inúmeras fontes. Citemos algumas: ingestão de alimentos sólidos e/ou líquidos; energia do sol; ar atmosférico, sendo a respiração e a pele os veículos para essa absorção; chakras; sono; através também da consciência, sendo a projeção astral o veículo para absorção mais intensa da Energia Astral diretamente do plano astral.

A Energia Cósmica, a priori, é impessoal. Os seres que a absorvem a tornam pessoal por seu próprio metabolismo físico constituinte, transformando essa Energia Cósmica em combustível, de acordo com suas necessidades instintivas. Nos seres humanos esse metabolismo vai mais além.

Os seres humanos, por se tratarem de seres pensantes, ou seja dotados de raciocínio, absorvem a Energia Cósmica e a metabolizam para as mais diversas formas de manifestação. O artista transforma essa energia em inspiração para criar. O médico, em vontade de curar pessoas, etc. Isso se chama magnetismo pessoal ou carisma. Vemos aqui a Energia Cósmica sendo transformada pela vontade, característica pessoal do indivíduo.

Quando o ser humano se encontra apático, sem ânimo para nada é porque essa energia está estagnada dentro de si. Como foi dito antes, energia é atividade. Se estiver acumulada torna-se “pesada” e a pessoa se mostra tímida, reclusa, apática, em desequilíbrio, doente... Algumas pessoas nasceram com um magnetismo pessoal (ou carisma) fantástico! E outras nem tanto. O que implica nesse aspecto?

A maneira como a pessoa utiliza a sua energia é que interfere no fato de ser ou não dotada de grande carisma. Uma pessoa que é tímida mas quer reverter esse quadro, vai procurar fazer terapias ou esportes que precisam de contato com outras pessoas visando projetar a energia estagnada dentro de si. Fazendo isso a atividade interior para qual sua energia está sendo focalizada, muda. Logo, o metabolismo toma outro aspecto. O que antes estava acumulado ocasionando reclusão, medo, timidez, desequilíbrio, doença... toma outro direcionamento. A vontade pessoal transformou essa energia antes interior e estagnada em algo em movimento exteriorizado.

Mudando de comportamento, alimentação e hábitos, mudamos a maneira de nos expressar. Mudar às vezes é necessário para viver uma vida mais plena e saudável. Energia é movimento. Mudar também é movimento de transformação. O que não se movimenta enferruja... Somos os nossos dons. Seja o que você tem vontade de ser e seja feliz!


Hellen Katiuscia de Sá
13 de setembro de 2005
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Imagem: Claude-Monet

sábado, 10 de outubro de 2009

Fiat Lux!


"Iluminismo é a saída do ser humano de sua menoridade por culpa própria.
Menoridade é a incapacidade de usar o seu intelecto sem orientação de outra pessoa.
Culpa própria é a menoridade quando a causa dela não está na falta de intelecto, mas na falta de decisão e de vontade de guiar-se por si sem a orientação de outra pessoa.
Tenha coragem de usar o seu próprio intelecto, este é o lema do Iluminismo... Pensar significa procurar dentro de si mesmo (ou seja, dentro de sua própria razão) a suprema pedra-de-toque da verdade, e a máxima: ter sempre um pensamento próprio, é Iluminismo... Ser esclarecido quer dizer: procurar dentro de si mesmo a suprema pedra-de-toque da verdade de meu juízo, o fundamento do que considero ser verdadeiro (pois tenho responsabilidade por isso)".


Citação de Immanuel Kant, em Kant - A Força do Pensamento Autônomo.
NIQUET, Bernd. Petópolis, RJ: Vozes, 2008.
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*desenho de Hellen Katiuscia de Sá
"O Escrevedor Romano" (grafite sobre o papel)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Amor-Confiança-Entrega-Vida-Uno

Foto: "Vida! Como eu te quero..."
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vídeo "PYLOBOLUS"

Brincar de Viver

*foto: Henri Cartier-Bresson

“Quem é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre seu trabalho e seu tempo vago, entre sua mente e seu corpo, entre sua formação e sua recreação, entre seu amor e sua religião. Tem dificuldade em diferenciar uma coisa da outra. Almeja, simplesmente, sua visão de excelência em tudo aquilo que faz, deixando que os outros decidam se está trabalhando ou brincando. Ele pensa que está sempre fazendo ambas as coisas”
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- Pensamento zen-budista –
Do livro O PRINCÍPIO DA SABEDORIA.
MACÊDO, Gutemberg B. de, São Paulo. Ed. Saraiva, 2008.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Despertar da Vida


“A criação parece resultar da imperfeição... do esforço, da frustração... e é daí que acho que veio a linguagem, quer dizer, veio do nosso desejo de transcender nosso isolamento e ter uma espécie de ligação com o outro. E tinha que ser fácil quando era simples sobrevivência, como por exemplo – água – nos imaginamos o som dela... ou um tigre enorme está atrás de você, e nos imaginamos o som dele, mas quando fica mais interessante é quando usamos o mesmo sistema de símbolos para comunicarmos todas as coisas abstratas e intangíveis que experimentamos.

O que tem haver com “frustração”? ou com “raiva”? ou com “amor”? Quando digo “amor”, o som sai da minha boca e atinge o ouvido de outra pessoa, viaja através de um conduíte bizantino no cérebro deles, através das lembranças de amor ou falta de amor... e eles registram o que estou dizendo, e respondem “sim, estou entendendo...”

Mas como sei que entendem? Porque as palavras são inertes...são apenas símbolos, estão mortas, sabe! E muita coisa de nossa experiência é intangível, tanto quanto que percebemos não pode ser expresso é indescritível... e além disso, quando nos comunicamos um com o outro e nós sentimos que estamos conectados, se sentirmos que somos compreendidos, acho que temos um sentimento quase de espiritual comunhão, e esse sentimento pode ser efêmero, mas acho que é por isso que vivemos...”



*Fragmentos do filme WAKING LIFE – O Despertar da Vida

Conhecer...


“Deslizar com os próprios sentimentos para o interior da estrutura dinâmica de um objeto, um pilar, um cristal ou um galho de árvore, ou mesmo de um animal ou um homem, como se fosse observá-lo de seu interior, compreender a formação e capacidade de movimentação do objeto com percepções dos próprios músculos. Isso significa transpor-se até ele e para dentro dele”.

Martin Buber
(filósofo alemão)

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*foto: DDiArte

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A ARTE DE AMAR


A arte de amar requer simplicidade, aceitação e harmonia entre os parceiros, configurando o ato sexual em algo sagrado sem se desfazer ou envergonhar-se de conseguir o total prazer físico e psíquico. O êxtase absoluto pode ser visto como uma sublimação divina, fazendo com que a troca de energias entre o casal se aproxime ao Infinito.

O Tantra é uma filosofia comportamental cujas escrituras são fundamentadas na tradição oral do povo drávida, que habitou a região onde hoje é a Índia, há cerca de cinco mil anos. A prática tântrica no amor objetiva explorar ao máximo os sentidos e não os reprimr. Essa filosofia comportamental tem como base três princípios: o matriarcado, o sensorialismo e a desrepressão.
Para que ocorra o êxtase geral, primeiramente a emoção suave e delicada do amor deve invadir o coração do casal enamorado; isso é de suma importância na experiência tântrica. Esse aspecto já produz psiquicamente o êxtase alquímico que pode ou não ser seguido pelo êxtase físico.

O êxtase alquímico pode ocorrer com o simples pensamento no parceiro independentemente de se encontrarem ao lado um do outro. Essa afinidade amorosa em si já é uma benção para qualquer ser humano e é a chave principal para a prática do “maithuna” (dança) dentro da filosofia tântrica. O exercício do “maithuna” traz mais potencialidade sexual, equilibrando as energias que antes seriam gastas com o orgasmo, deixando os parceiros livres com mais disposição e criatividade.
Para os hindus essa energia sexual é uma ferramenta para o desenvolvimento humano. A arte do amor tântrico proporciona ao homem e à mulher o retorno à inocência original, eliminando tabus, repressões e medos, contribuindo para florescer o mais puro dos sentimentos: o Amor em seu êxtase de sublimação espiritual.
A mulher é sagrada na filosofia tântrica. Figurativamente ela se transforma na deusa “Shakti” - o coração do Tantra (ela é identificada como a Grande Mãe ou Mãe Divina criadora de todas as formas de vida: mental, amorosa e biológica do planeta); e o homem, no deus Shiva.

No ato sexual a energia dos consortes deve misturar-se à energia do universo. Com a prática tântrica a potência proveniente do coito desprende-se dos órgãos sexuais percorrendo todo o corpo, inundando cada célula de ambos participantes, contribuindo para despertar a serpente Kundalini.

A energia Kundalini, segundo os hindus, dorme sobre a base da coluna vertebral. Trata-se da energia criativa concentrada no alicerce de nossa consciência. Quando a Kundalini invade nosso ser estamos vivendo plenamente nosso potencial. Por isso o sexo tântrico é sagrado, uma meditação a dois, galgada no Amor Puro e absoluto entre o casal, que os leva atingir a plenitude através de experiências sensoriais sem limites...



Katiuscia DeSá
20 de agosto de 2005
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*foto: albano soares



*Referências e mais informações:






Phoenix


Phoenix, Fênix ou Phoinix (grego) é a lendária ave que ateia fogo em si mesma quando descobre que está para morrer. Ela povoou o imaginário mitológico das antigas civilizações egípcia e grega. A lenda diz que a primeira Phoenix surgiu de uma centelha que o deus Ra soprou sobre a face da Terra, representando o Fogo Sagrado da Criação.

Segundo a lenda, seu habitat é entre os desertos da Arábia, entre as ervas e temperos aromáticos. Ela vive por volta de 500 anos e após esse período procura uma árvore solitária e, no alto de sua copa, faz seu ninho com canela, olíbano (uma espécie de goma-resina, encontrado na África e na Índia; especiaria muito utilizada na Antiguidade para se fazer incenso) e mirra (espécie de arbusto encontrado em regiões desérticas, especialmente na África e no Oriente Médio). Ela, então, ateia-se fogo e de suas cinzas surge um pequeno ovo vermelho de onde nasce uma outra Phoenix, mais forte e mais bonita.

Ela representa a imortalidade do ser, o poder de mudança, de consciência de si mesmo. Pode ser vista, também, como um modelo de perfeição ou de beleza absoluta.Na mitologia egípcia a Phoenix é reverenciada como a personificação do deus Ra (deus do sol). Existe somente uma da espécie e é por isso que o deus Ra jurou que enquanto a Phoenix renascer das cinzas, a esperança, no mundo, nunca morrerá.

Portanto, a Phoenix representa a depuração da alma. Segundo a lenda, o tamanho da ave assemelha-se ao da águia. Tem olhos brilhantes como as cores das estrelas. Sua plumagem é dourada no pescoço e no papo; púrpura no restante do corpo; possui uma crista formada por penas finíssimas e delicadas, sendo sua calda constituída por penas longas e suaves, nas cores branca e vermelha.Na mitologia oriental também existe uma Phoenix que simboliza a felicidade, a virtude e a inteligência.

E sua plumagem é feita das sete cores sagradas para os orientais: as cores do arco-íris. Que tal nos vestirmos de Phoenix e renascermos a cada passagem de nossas vidas, sempre visando o aperfeiçoamento moral? Certamente é um belo convite.


Katiuscia DeSá
13 de março de 2005