“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

domingo, 29 de janeiro de 2012

>>>>>>>>>>>>>> CONVITE!





DIA: 01 de fevereiro (quarta-feira)
HORA: 19:00h - ENTRADA FRANCA
LOCAL: Centro Cultural SESC Boulevard
(Av. Boulevard Castilhos França. 522/523. Campina-Belém-Pará)

Mais informações:


APOIO CULTURAL


MONASTÉRIO - II


Incompletude, saudade, solidão, evaporação, transformação, destilação, vontade de chorar...os pedaços do mosaico todos espalhados por aí. Saudade cativa de algo inexplicável! O todo que sempre se evita reunir, porque é impossível separar-se da Vida Mambembe... isso é demais pra meu coração tão seco. Meu coração tão seco e pequenino, os afetos espalhados em cada canto do mundo... é preciso dopar-se para viver num mundo de encontros e desencontros... Isso é demais pra meu coração tão seco. Meu raio de ação não chega de tanta saudade. Eu não sinto, eu vivo. Eu não amo, esqueço!

Será que um dia isso tudo passará ou aumentará até o ponto de eu explodir e desaparecer? Meu coração é tão seco e pequenino...que Ofício é esse que nos desespera de tanta alegria e de tanta saudade e memória? Não sei se serei forte assim para carregar tamanha responsabilidade. Meu Deus, me ajude a ser fiel a esse dom maravilhoso que me deste: Teatro.

Ebulição constante... a matéria não cessa dessa transformação monstruosa que rasga tudo por dentro e nem se sabe ao certo do que tratar-se... meu Deus, me ajude a ser fiel a esse dom maravilhoso que me deste: Teatro.

Sinto-me um mar onde ondas vão, onde ondas vêm. Enlouqueço de tamanhos sentimentos que não sei onde estão. Acalmo e tranquilizo-me como se não estivesse em mim... meu Deus, me ajude a ser fiel a esse dom maravilhoso que me deste: Teatro.


Katiuscia de Sá
29 de fevereiro de 2012.

sábado, 28 de janeiro de 2012

MONASTÉRIO


Minhas raízes avançam sobre mim, enchem-me de interrogações e de crisálidas. Meu subterrâneo aflora num mar interiorizado. Absorvo-me novamente para nascer DIA. A literatura de minha pele quer brotar gestos. O teatro me chama, grita-me que me quer para si... mas não pertenço a ninguém que ousa reter nas mãos água e vapor. Quando se é Luz está-se solto no universo, e não pertencemos a Lugar Algum, vagamos no interior dos corpos que nos veem empoleirados a desafiar a Sorte, um desequilíbrio constante entre o Ser e Estar... Estou a perambular sem ter um País fixo. Pertenço a mim, e não pertenço a ninguém. Pertenço a ninguém e não pertenço a mim: um País só e coletivo. Vivemos de saudade e nostalgia, um conjunto de cores onde a luz refrata singularmente na vontade de falar e na vontade de se recolher. Digo aquilo que não sei falar. Estive em lugares que não saberia descrever, e todos eles, muitos já sabiam, porque o solo que não tem forma definida é aquele espaço que pisamos descalços. Meus pés querem voltar para minha Pátria Perdida. Choro um silencio de emoção, não sei dizer adeus... não sei dizer adeus... mas sei me despir e me mostrar sem carne da pele, apenas Alma. Aquele Lugar estranho quer-me para andar sobre si novamente... mas o bicho selvagem, arisco, morrerá em cativeiro. Como toda fera animal, ele aproxima-se por vontade própria e segue ao lado de quem o cativa sem coleiras. Ele segue porque quer estar ali, porque apenas quer estar ali. Nasci para ser dos outros, mas nasci para ser de mim. Nasci para ser Livre num Território de Lugar Algum, onde tudo se pertence a nada: um instante único e fugaz, aquela Luz que escapa das coisas, numa distração momentânea.

Katiuscia de Sá
28 de janeiro de 2012

ONTEM


Ontem eu descobri que não nasci para amar em unicórnio. Nasci para amar em matilha.
Descobri que a massa emoldurada das multidões é a mesma que cimenta a fuga das horas e do tempo que se perdeu de mim.
Ontem eu descobri que nem tudo que eu vejo está apassarinhado, e que nos ninhos das gentes, sempre há um filhote que morre de fome. E que justamente este faminto será o responsável por alimentar todo um orbe de migalhas jogadas sobre a mesa no final de festa...
Ontem eu descobri que meu caminho é estreito demais até para quem passa. E por eu ser tão desnutrida e luminosa, os mosquitos de mim levam a esperança para um lugar indefinido e secreto do mundo.
Descobri que sou vício, e que sou cura... descobri que sou luz e sombra na mesma face que para você sorriu ontem, que na mesma face que para você ignorou vida...
Ontem eu morri de novo, e hoje nasci criança.
Estendo-lhe as mãos;
Dirijo-lhe meus olhos;
Digo uma única frase copiosamente em série, e a única que não consegues escutar...
“Eu estou aqui", na inutilidade do vento preso numa sala a vácuo. Eu sai e deixei a luz do quarto acesa.

Katiuscia de Sá
28 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A CASA_curta experimental

Meu primeiro trabalho em audiovisual. De caráter totalmente experimental, inspirado em fragmentos de meu conto homônimo.



Quem quiser conferir meu
conto fantástico A CASA (na íntegra):
http://hellenkatiuscia.blogspot.com/2010/04/casa.html


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O meu Jardim


Quando você atinge a iluminação não se torna uma nova pessoa. Na verdade, você não ganha nada, apenas perde algo: se desprende de suas correntes, de suas amarras, deixa para trás seu sofrimento. A iluminação é um processo de perda. Quando não há nada a perder, esse estado é o nirvana. Esse estado de completo silêncio pode ser chamado de iluminação.

OSHO

Para o Sol luzir em meu Jardim


A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.

O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.

OSHO

Regando e cultivando meu Jardim


O Amor não deveria ser exigente, senão, ele perde as asas e não pode voar; torna-se enraizado na terra e fica muito mundano. Então ele é sensualidade e traz grande infelicidade e sofrimento.
O amor não deveria ser condicional, nada se deveria esperar dele. ele deveria estar presente, por estar presente, e não por alguma recompensa, e não por algum resultado. Se houver algum motivo nele, novamente seu amor não poderá se tornar o céu. Ele está confinado ao motivo;o motivo se torna sua definição, sua fronteira. Um amor não motivado não tem fronteiras: É a fragrância do coração.

OSHO

para cuidar de meu Jardim.


"A vida deveria ser uma celebração contínua, um festival de luzes por todo o ano. Somente então você pode se desenvolver, você pode florir. Transforme pequenas coisas em celebração... Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio; deveria ter a sua assinatura. Então a vida se torna uma celebração contínua".

OSHO

Para não me deixar esquecer...


De amor e para o amor

Lembre-se de que você é amor. A sociedade faz todo mundo se esquecer disso. A sociedade cria todos os tipos de condicionamento que não lhe permitem lembrar que você é amor.

Onde o amor está, Deus está. O amor é a fragrância da presença de Deus.

Lembre-se disso e destrua tudo o que a sociedade criou em você para impedi-lo de se lembrar de sua realidade. Somos feitos de amor e somos feitos para o amor.


Osho, em "Meditações Para o Dia"