

Os chãos arrancados do Firmamento
Palavras não bastam!
Palavras não chegam!
Explicação...
Do lume da resistência profana
O ouvido não ouvia.
Nada!
Nada!
Palavras-mudas não mais!
Lamentos últimos
Das últimas horas em Vida.
O Ódio – irmão gêmeo do Amor, interveio.
Implodiu na veia-mística
Algo intolerável:
Glóbulos Brancos
Glôbulos Brincos
Glândulas Bravas
Gânglios Brios...
Todos cortados
Nem folhas...
Nem galhos...
Nem árvores...
Nem vento...
Nem vento...
Deserto reinou por todo horizonte.
“V” morrera sob a escolta do Dia.
“V” morrera com pensamentos vermelhos...
Dia este, em que Ela retirava-se de Tudo.
Não há sorrisos na espera.
Nem beleza em quem morre.
Inicio e fim, num mesmo laço.
Os últimos guerreiros
da Antiga Linhagem,
Vencidos!
Não mais existiam!
Correnteza sem término.
Deserto enlouquecia!
Deserto...
Deserto...
Apenas Deserto.
(...)
O Tempo em espera,
Língua Sagrada dos Ventos,
Emudeceu.
Nem ouvidos para Música Celeste,
Ele sentia!
Sem os passos de Quem anda
Havia o Ódio do grito silencioso da pena sob o papel
- acúmulos de dias...
Soltou-se das amarras.
Ele não explica,
Nem compreende...
Ela ingênua criança,
Perdendo-se aos corredores da Vida.
Acumulo de Noites.
Tal Loucura sobrevive,
Enquanto me retiro para todo Tempo.
(...)
A impaciência vermelha na cabeça dele
Cega-lhe a fala e a faca de gargantilha.
Dele, olhos sem Visão
Música em silêncio
Numa dor dela não sentida.
A Loucura venceu!
E a Serpente abriu a boca
Soltando-se das entranhas suas,
Vomitando:
- humanos malditos!
Sem asas como d’antes
A Terra será prisão das Vertigens.
De Amor,
De Dor,
De Quem não mais partiria...
(...)
No poleiro das raças de Bronze
Uma pepita de Ouro cintila
Não é de Ninguém,
De Ninguém, nunca será.
Ninguém nunca viria...
Fecharam-se para o umbigo da Terra
Teu Vazio e teu Mistério,
Raízes cozidas nas fendas subterrâneas
- teu sorririso coração.
“V” arrancou-se a si próprio,
Morrera envenenado
Pelas coisas não-ditas.
Vazou os Olhos dela,
Criança-Azul do Firmamento
De lá, veio.
Para lá, voltou!
- humanos malditos!
Raça de pedra e latão,
De olhos brancos como caules partidos
Escorrem sozinhos junto ao pranto da Terra
Relâmpagos raivosos
- silêncio Dele
Para Ela
Que nada nunca sabia...
Silêncio...
Silêncio...
Silêncio...
Silêncio...
Morte.
Música não mais,
Nem Visão...
Chuva precipitou
Varreu do Mundo,
A última Decisão.
Nada havia
Nada haveria
Nunca houvera...
A boca se fechara.
E de uma fenda triste
A Horta-de-Sonhos, aparada!
Nascera a semente contrária do Amor...
Ladrões de Alma!
- humanos malditos!
(...)
Gamos enfeitiçados das Florestas
Gritavam pelos prados...
Em meio à dor
Da Canção-incompreendida,
Os Imortais libertaram mais um Anjo da Terra.
Então,
Ela se foi
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Katiuscia de Sá
18 de agosto de 2009.
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