
Inconstância.
A sorte.
Um dia a ave veio e pousou.
Abriu as asas e beijou-te.
Particípio acontecimento.
Amarrotou
Desejo de morte.
Andarilho das lacunas escuras
Veado a vagar
Nos prados
Coelho abatido...
Havia uma fêmea
Fêmea de canfora e algodão
Prateada de Luz
Mãos de canfora que transporta mortos
Ladainhas e velas!
Houve uma planta que veio
Um dia, brotou folha
Deu sombra,
E partiu...
Abandonou-se de ti.
Olharei bastante teu rosto
Memória dos Astros.
Sonhei tua voz
Escorreu pelos dedos
Chovia muito
Um sol magoado.
Foi bom contemplar o horizonte
Agora não mais.
Não há mais luz do dia.
Haverá outra vez?
A derradeira?
Uma terceira vez?
Ainda estarei?
Não sei como estarei.
Não sei como estarás.
Não sei se estaremos.
Ao meio-dia
Não pergunto
Recolho em segredo
Caminho mostrado pelo Tempo
Azul, como teus olhos...
Com língua de sotaque.
Já vi o mar,
Já posso morrer outra vez.
Fui dormindo...
O Adeus definitivo...
Encontrei a Paz do Tempo.
Katiuscia de Sá
27 de abril de 2011
Salvador/BA
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