“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Ostra e O Sonho...


É engraçado esse negócio de sonho. Por esses dias eu tive um pesadelo, rememorando minha pré-adolescência e inicio da fase adulta, quando eu tinha dois a três pesadelos TODAS as noites até atingir a idade exata de meus vinte e um anos... quando eu descobri que podia fazer algo.

Neste ressente pesadelo estavam dois amigos e eu, presos dentro de uma gruta fossificada, cheia de conchas e estrelas-do-mar. R, o amigo de meu amigo H, e eu, tínhamos poderes psíquicos que H não tinha no sonho. Então nós dois deveríamos evocar criaturas capazes de enxergar além de onde estávamos para encontrar algo que H havia perdido para então, podermos sair dali.

Acontece que R disse que podia controlar uma criatura com quatro olhos, o que ele fez... porém, a criatura não pôde localizar o procurávamos. Então eu tomei a frente, revelando que sabia controlar um ser com oito olhos, e assim o fiz. Entretanto, R ficou com receio de que eu perdesse o domínio e com isso me fez desconcentrar da criatura. E ela realmente iria nos fazer bastante mal, caso se libertasse de mim.

Desse modo tive que apelar rapidamente. Numa fração de segundos a criatura libertou-se e lançou sua influencia maligna sobre nós três. A única escapatória era eu acordar do pesadelo. E assim o fiz. Ainda em estado de sonho eu gritava com toda força que eu ainda tinha “me acorda... me acorda... me acorda!”. Eu repetia isso deitada, dormindo. Quando minha colega L foi até mim e me sacudiu “Katiuscia, acorda...”. Então contei a L meu pesadelo. Eram exatamente 23:58h.

Ao longo do dia fiquei com uma baita dor de cabeça e uma gritante estafa por todo o corpo, devido à força mental que fiz para ligar minha vontade ao estado de sono ao estado de atenção acordada. Que loucura isso! Recordo-me que essa compreensão de que estou dormindo e sonhando (quando estou sonhando) aconteceu quando eu tinha vinte e um anos, quando tive a nítida noção de que o pesadelo era um sonho que eu podia sair, estando ciente disso.

Ainda me assusta! Como eu dormindo sei que estou dormindo e controlo a vontade de querer ou não sair do sonho? Sinto-me um pouco como aquele filme “A Origem”... a parte ruim é o desgaste físico e mental que me acompanham por dois a três dias. Fico exausta. Há alguns anos atrás fui hipnotizada e também o doutor não obteve muito controle sobre mim. Ele induzia minha mente apenas quando eu consentia, e ainda sai da hipnose por conta própria, quando tive vontade. O doutor ficou bastante surpreso comigo, sua aluna mais aplicada.

Mas o fato é que odeio pesadelos! E graças a Deus que eu não bebo e não consumo drogas (nem tenho vontade), pra atingir outras esferas... Prefiro tudo sob controle.


Katiuscia de Sá
21 de abril de 2011
Salvador/BA


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