“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

domingo, 27 de março de 2011

*Pavaúna

Ninguém me intimida...

Escrevo porque eu gosto.

Escrevo pra mim.

A escrita é minha comunicação, nada além disso.

Escrever pra mim é minha solidão.

O abissal dentro de mim pedindo Luz.

Mantra invisível.

Escadas para meu Céu.

Meu corredor de aflições.

Flagelo, E dor.

Cantiga da memória...

Meu sorrir.

Meu chorar.

Meu Amor.

Meus olhos sorrindo.

Então, eu escrevo.

Não escrevo porque alguém me pede.

Escrevo porque me permito escrever atravessando meu universo de incompreensão; atravessando uma era glacial interminável dentro de mim, (que muitas vezes me faz chorar). Escrever é penoso demais para mim. Traz-me angústia, tristeza. Um exercício que dilata meus sentidos. Meu máximo da expressão enigmática e sentimental. Beiro o limiar da sanidade. Fico tão sensível e ao mesmo tempo inacessível. Conectada “Aqui” e “Lá” dentro de mim.


Sofro muito quando escrevo. Mas ao terminar, e ler o que escrevo, fico tão maravilhada com aquele pedacinho de mim, que esqueço as lágrimas e o sofrimento que me apertaram o peito. Adoeço quando escrevo. Pequenos espaços de letras soltam-se de mim.


Não, *Pavaúna...


Só escrevo quando estou amando.


Enquanto estiver amando a Vida numa entrega total e absoluta, continuarei escrevendo. Não me importo se irão entender o que escrevo.


A palavra escrita é apenas meu meio de comunicação, nada mais.


Se vão ler... É outra história.


Responsabilidade de quem decidir ler...


Me ler...


Me ler?


Vais me ler,


*Pavaúna?

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.

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Katiuscia de Sá

21 de março de 2011

Salvador/BA.

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