“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

sábado, 17 de abril de 2010

Rosto d’Água

Arte: Katiuscia de Sá/ 2010.



Não quero ser planta repartida em dois!
Quero ser momento único e breve,
Da mesma brevidade espontânea da Vida – sal e terra do açúcar do Mar.

Quero ser EU nos muitos eus espalhados pelo mundo, na condição de meu EU Único e indivisível inundado de sentimentos.

Tudo reflete água em ondas que vão e vêm
Refletem de volta meu Rosto Iluminado.

Para estar ao meu lado:
o Sol,
as Nuvens
e TU;
é necessário, pois, a interjeição do
Verbo e dos Gestos e
Não ter medo de mostrar a Verdadeira Face.


Não quero ser apenas mais uma maçã mordida!

Sou aquela árvore que te deu sombra e comida nos teus instantes de solidão e tristeza.
Sou a árvore que tu plantaste no teu quintal e que alçou raízes para além dos teus muros subterrâneos, indo abrigar rumores de Vida bem longe do útero-mãe.


Floresço aos Céus.
Sou Alegria em outros Países.


Há mais Vida em quem se expõe a gritos do que nas encostas da tua cama...


Empalideço e morro diariamente...
E mesmo ao som das ondas quebrando nos declives
Meu coração sobrevive sabendo que sou meu Verdadeiro Amor,


Um pequeno Rosto d’Água.





Katiuscia de Sá
17 de abril de 2010

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