Espero que neste período simbólico que é a Páscoa Cristã, eu
possa solidificar minha sanidade de continuar mantendo-me inebriada diante da
beleza de uma flor, diante do singelo canto dos passarinhos, diante do sorriso
de uma criança; que eu possa ter a coragem de ser gentil e dar o que tenho
àqueles que necessitam, mesmo que seja uma simples palavra amiga; que eu tenha
humildade de aceitar que nem toda gente tem sensibilidade suficiente para
desarmar a Alma e fazer o mesmo por mim em momentos difíceis que eu, por
ventura, esteja passando.
Eu tenho comigo que 'Páscoa' e 'Natal' são todos os dias; é
um Amor pela vida demonstrada através dos pequenos gestos cotidianos e
superações em prol de uma humanidade realmente mais humanizada. Quero amanhecer
feito o sol de todos os dias: renovada e com o olhar curioso e sedento para
viver os dias que me restam com a leveza no coração capaz de descongelar o mais
severo obstáculo da indiferença, em busca da felicidade, que é obra única e
individual e mesmo assim interligada ao coletivo. Por isso mesmo, desejo que
nesta 'Páscoa' os corações humanos possam interagir carinhosamente, para que em
todo lugar do mundo algo de bom aconteça e continue acontecendo..., pois o amor
do Criador está em todos os cantos, basta saber querer enxergar e sorrir de
volta. Isso mesmo, sorrir de volta ao sorriso (às vezes escondido) no rosto do
outro.
Que o Amor vença as imperfeiçoes do mundo, porque o Amor
também é admitir que somos imperfeitos e a perfeição se dará a partir do
momento que a maioria desejar o bem comum, é um passo a cada dia... passos que
duram há muitos séculos. Acho que o ápice de minha Páscoa iniciou em 2012, e se
completou semana passada, quando encarei uma situação que há muito tempo não compreendia,
então se fechou um ciclo. E atualmente carrego uma face mais branda, com os
olhos mais meigos, uma fala mais mansa, uma solidez nos passos antes dominados
pela rapidez... agora contemplo. Tudo isso se deve tão especialmente à pessoa
que me mostrou um caminho tortuoso e o mais difícil de se trilhar: o do Amor, o
Amor que transforma... o Amor que transborda... o Amor que é uma manada de
cavalos selvagens em busca da Liberdade, quando a liberdade consiste em deixar
essa força fluir sem que sejamos dominados por ela. O controle descontrolado e
ao mesmo tempo sabedor do momento de alavancar em busca do novo sempre e
sempre, dentro de cada um de nós próprios.
Superei muitos medos... e mesmo em anos anteriores sofrendo [aparentemente],
meu coração segue adiante num breu, porque compreendi que amar verdadeiramente alguém
(e a própria Vida) é um estágio de não temer o por vir, é um entregar-se e
aceitar o que nos chega – é o tempero que dá gosto e vontade de continuar
vivendo e ser feliz. Essa é minha Páscoa que me trás serenidade ao Espirito,
que me faz querer compartilhar com os outros a leveza das pequenas conquistas. E todas essas palavras
são meu carinho para alguém especial que em meu “Estado de Delírio” revelou-se
sob o codinome de “Amado-Eu”, um certo alguém que me proporcionou essa viagem
pelo meu próprio Eu, uma viagem que já vai completar sete anos... tudo porque o reconheci através de mim mesma desde a primeira vez
que o percebi. Não tem sido fácil, entretanto, hoje em dia já nos deixamos
interferir um pelo outro sem maiores estranhamentos, já brotam sorrisos no
olhar de ambos quando nos deparamos frente a frente como num espelho. Carrego no
peito uma felicidade sobressaltada... em estado de alerta, e por isso mesmo me
sinto mais viva do que nunca, e também porque você está de volta...
Katiuscia de Sá
23 de março de 2013
Às 01:13h
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