“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

segunda-feira, 8 de abril de 2013

De nerd e louco, todo mundo tem um pouco




Acredito que, misteriosamente, eu tenha intolerância a portas e paredes de vidro. É tão comum eu dar com a cara nelas e pagar o maior mico! Lembro-me de três episódios insólitos. O primeiro foi num banco. Havia a famosa porta rolante [de vidro] e as paredes ao redor dela [também de vidro]. Pois não deu outra...

Fui caminhando calmamente em direção ao interior do banco, tentando achar dentro de minha bolsa as contas que eu deveria pagar, e vez por outra eu olhava para frente, e simplesmente NÃO dei conta de que não era uma passagem ao interior do banco, e sim uma parede [de vidro].

O barulho do choque de meus óculos com a parede foi tão alto que todos na fila e nos guichês eletrônicos no hall voltaram-se para mim com um sorrisinho... E eu, sem noção, ainda olhei incrédula para a parede [de vidro] bem na minha frente.

Quando passei pela porta rolante, o segurança coitado, ainda tentava me animar: “tudo bem, moça... essas coisas sempre acontecem.” Fui caminhando vagarosamente pela porta, retribuindo-lhe a gentileza com um sorriso meia boca: “Acontece com gente lesa, é claro...”, concluía eu a frase do guarda, em pensamento.

Noutra vez foi durante as filmagens de meu curta-metragem “O Forasteiro”. A locação era o Palacete Bolonha. Na entrada do prédio, debaixo das escadas de acesso ao primeiro andar, há uma mínima saleta, e dentro dela na época, havia uns móveis guardados, e eu fui me aproximando com tamanha felicidade para olhá-los e... dei de cara com uma parede de vidro! Fiquei passada... eu juro que realmente NÃO percebi que havia uma parede de vidro. Eu, ainda incrédula, olhei-a bem de perto. E realmente lá estava a parede de vidro! Meu Assistente de Direção e Cinegrafista estava na escada e presenciou a cena pastelão de meu estabacamento... pela cara dele, provavelmente pensava: “meu Deus, como essa menina é lesa...”

E nesta semana que passou, eu estava saindo de outro banco, e havia muitas pessoas na minha frente, então fui andando com lentidão rumo à porta de saída. Fiquei quase na vontade de ir na direção de um ponto superior da parede [que eu via a olhos vistos que era de vidro], pois a parte de cima parecia que estava sem... o vidro! Fui me aproximando com tremenda vontade de constatar a mão para, in loco, saber se havia ou não um vidro. Porém, me controlei. Entretanto, fui andando e reparando se havia um reflexo... e, havia! A-ha!!! Tinha o vidro! o/

Realmente não sei o que me dá. Às vezes tenho uns momentos de leseira... sei lá. Mas já estou acostumada com isso, e o melhor é que meus amigos que já me conhecem, também já estão acostumados com esse meu jeito “nerd-Katiuscia-de-ser”.
Então fica tudo bem.
=)

Katiuscia de Sá
07 de abril de 2013.

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