Acredito que, misteriosamente, eu tenha intolerância a portas e paredes de
vidro. É tão comum eu dar com a cara nelas e pagar o maior mico! Lembro-me de três
episódios insólitos. O primeiro foi num banco. Havia a famosa porta rolante [de
vidro] e as paredes ao redor dela [também de vidro]. Pois não deu outra...
Fui caminhando calmamente em direção ao interior do banco, tentando
achar dentro de minha bolsa as contas que eu deveria pagar, e vez por outra eu
olhava para frente, e simplesmente NÃO dei conta de que não era uma passagem ao
interior do banco, e sim uma parede [de vidro].
O barulho do choque de meus óculos com a parede foi tão alto
que todos na fila e nos guichês eletrônicos no hall voltaram-se para mim com um
sorrisinho... E eu, sem noção, ainda olhei incrédula para a parede [de vidro]
bem na minha frente.
Quando passei pela porta rolante, o segurança coitado, ainda
tentava me animar: “tudo bem, moça... essas coisas sempre acontecem.” Fui
caminhando vagarosamente pela porta, retribuindo-lhe a gentileza com um sorriso
meia boca: “Acontece com gente lesa, é claro...”, concluía eu a frase do guarda,
em pensamento.
Noutra vez foi durante as filmagens de meu curta-metragem “O
Forasteiro”. A locação era o Palacete Bolonha. Na entrada do prédio, debaixo
das escadas de acesso ao primeiro andar, há uma mínima saleta, e dentro dela na
época, havia uns móveis guardados, e eu fui me aproximando com tamanha
felicidade para olhá-los e... dei de cara com uma parede de vidro! Fiquei passada...
eu juro que realmente NÃO percebi que havia uma parede de vidro. Eu, ainda
incrédula, olhei-a bem de perto. E realmente lá estava a parede de vidro! Meu Assistente
de Direção e Cinegrafista estava na escada e presenciou a cena pastelão de meu
estabacamento... pela cara dele, provavelmente pensava: “meu Deus, como essa
menina é lesa...”
E nesta semana que passou, eu estava saindo de outro banco,
e havia muitas pessoas na minha frente, então fui andando com lentidão rumo à
porta de saída. Fiquei quase na vontade de ir na direção de um ponto superior
da parede [que eu via a olhos vistos que era de vidro], pois a parte de cima
parecia que estava sem... o vidro! Fui me aproximando com tremenda vontade de constatar
a mão para, in loco, saber se havia ou não um vidro. Porém, me controlei. Entretanto,
fui andando e reparando se havia um reflexo... e, havia! A-ha!!! Tinha o vidro!
o/
Realmente não sei o que me dá. Às vezes tenho uns momentos
de leseira... sei lá. Mas já estou acostumada com isso, e o melhor é que meus
amigos que já me conhecem, também já estão acostumados com esse meu jeito “nerd-Katiuscia-de-ser”.
Então fica tudo bem.
=)
Katiuscia de Sá
07 de abril de 2013.
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