“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MINHA PRECE PARA VOCÊ



Minha prece para você
É verbo,
É musica
Minha musica sai das pedras,
Aquelas que desfiguro às madrugadas
Quando de ti lembro sem querer
A me festejar pelos raios do meu quarto.
Minha prece para você é aquele sussurro
Dos sonhos que invadem teus acordados dias
Lambem-nos a pele da praia em maresia.
Minha prece para você
Some de mim e de minhas vistas
Vai morar bem lá no fundo do teu peito.
E quando ela deseja buscá-lo – essa prece
Aninha-se dentro de uma concha perdida na praia
Deixa-me e corre a desfalecer feliz num linóleo azul-turquesa.
Minha prece para você
É aquela que te olha sem deixar-me ver que te desejo
E sei que me olhas desse mesmo modo, por vezes
Quando corro as vistas nos cantos do rosto,
E lá te vejo...
Danças comigo das vezes que esbarramos cortejo.
Minha prece para você vai sendo tecida a todo instante...
Invade... toma-lhe por dentro
Vendaval silencioso da madrugada frienta
Aguardando o sol,
Seus fios de fogo a enlaçar-me de vez!
Estás modelando-me os passos
Para sermos únicos,
Bailarinos um para o outro
E dançarmos para sempre dois.
Minha prece para você
Atravessa o tempo,
Atravessa o espaço,
Atravessa tu’Alma, amor...
Minha prece para você
Chama-se meu nome.
Minha prece para você
Chama-se teu nome.
A minha prece para você
É a nossa dança, amor...


Hellen Katiuscia de Sá
12 de dezembro de 2012
02:09 a.m

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