“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

domingo, 8 de maio de 2011

Luz do Mundo


*Para que tudo esteja claro, esse escrito não é direcionado para ninguém especificamente que passou, passa ou passará em minha vida.



Após tantas exposições, hoje compreendo a frase “só o Amor transforma”. Depois de tantas intervenções psíquicas através de trocas de energia, de histórias de vida, de emoções, de convivências, de comportamento, de experiências... compreendo que somos mais e mais influenciados e formados por esse bojo que recebemos e doamos ao Outro. Às vezes emanamos e somos emanados desse “presente” de forma inconsciente (o mais comum), ou de forma consciente (o que é mais difícil).

Esse aspecto de trocas de “energias” é um tanto complicado, pois abrimos nosso Ser (coração e mente) pra pessoas e experiências, e isso nos toca, nos transforma a tal ponto de nos tornarmos um pouco daquilo que vemos, ouvimos, vivemos e compartilhamos.

Hoje eu sei que não posso simplesmente “entrar” e “sair” da vida das pessoas à minha própria vontade, isso seria capricho meu ou pior ainda: egoísmo! Pois estarei deixando seqüelas e energias mal-resolvidas tanto no outro quanto em mim mesma, tal atitude só reforçará mais ainda o tempo de exposição um ao outro, desembocando em intervenções sem controle... isso é ruim para ambas as partes, pois haverá uma pequena “prisão” aumentando a “permanência” entre os envolvidos, e com isso gerando um ESCUDO onde novas experiências e pessoas não poderão passar e integrarem-se em nossas novas vidas. Vida é movimento.

A par disso, eu escolho que “presente” receber em meu coração e em minha vida, pois será isso (de bom ou de ruim) que estarei levando para meus relacionamentos futuros. Não quero me machucar nem machucar o outro. Percebo a profundidade dessa frase “ame o próximo como amas a ti mesmo...”, então cada um “amará” ou fará a leitura do “amor” de acordo com suas lembranças e experiências sobre esse tema. Trata-se de uma questão abstrata relacionada ao mundo prático.

Quando refiro-me ao AMOR, refiro-me não apenas ao amor romântico, mas também ao amor de forma universal.

Chega a ser uma loucura isso. Pois, haverá milhares de compreensões e demonstrações de afeto, carinho e “modos de amar” praticamente infinitos e considerados o correto... e todos, à sua própria existência, são assertivas à frase de registro bíblico... então, aceitar ou não esses supostos modos e demonstrações de amor torna-se questão de compreensão do outro. Pois os parâmetros que o outro tem sobre o tema “amor” parte de si próprio e ai entra a troca de posições: para se entender o outro, devo me colocar no lugar dele e tentar ao menos observar o amor sob a ótica dele, e traçar parâmetros com meu “amor”.

Se eu me amo, me respeito, trato bem de mim, tenho auto-estima, zelo por mim, sou carinhosa, companheira, confiante, amável, dócil, presente, etc... será este "tipo de amor” que irei compartilhar com o outro. Mas, se ao contrário: só tenho experiências de abandono, brigas, intolerância, desavenças, mesquinharias, discussões, demonstrações de ciúmes, cobranças, violências, baixaria, confusão, etc... será esse “tipo de amor” que irei partilhar como outro.

Isso se torna claro, quando você passa por diversos relacionamentos e detecta um comportamento padrão que você mesmo estabelece ao encontrar um “novo amor”... os resquícios dos relacionamentos anteriores poderão vir como sobre-carga ou como bônus para essa nova etapa de sua vida. E aí essas escolhas e crescimentos ficam a critério exclusivamente de nós mesmos, e está ligado intrinsecamente à MATURIDADE comportamental e também espiritual.

Leva tempo... para encontrarmos o interruptor e ligar de luzes e compreendermos que a escuridão é o lugar de lamentos e pesos. Tudo nesta vida é uma fase. Na sabedoria dos mais velhos (e vividos), não há nada que o Tempo não cure... é verdade verdadeira!



Katiuscia de Sá
08 de maio de 2011.
Salvador/BA.

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