“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Espelho
Folhas de inverno seco
Palavras,
Escritos,
Pedacinhos de vidas
Imaginações imaginadas
Cabeças pensam
Vidas vivas
Tua literatura,
A minha...
Espelho.
Pernas de ruas
Pares de beijos
Escritos e grafados
Penas em bico,
Pergaminhos secretos
Tua grafia
E a minha
Sulcos de vento
Neblinas da noite...
[Nossa noite]
Nossas pernas,
Amor
Memória-viva.
Vida grafada em minh’alma
Pernas nuas,
Amor de espelho
Eu
Toda tua...
Um mirante aportou.
Navego em ti,
Nome russo
Franz-fragatas
Amoroso.
Serenidade
Tornei-me tua tripulação,
Arcanjo de sonhos
Delicadeza de vida
Laços de penas no papel
Amor,
Amor,
Amor...
Tua literatura
E a minha
Espelho.
Katiuscia DeSá
19 de novembro de 2009
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