“A criação parece resultar da imperfeição... do esforço, da frustração... e é daí que acho que veio a linguagem, quer dizer, veio do nosso desejo de transcender nosso isolamento e ter uma espécie de ligação com o outro. E tinha que ser fácil quando era simples sobrevivência, como por exemplo – água – nos imaginamos o som dela... ou um tigre enorme está atrás de você, e nos imaginamos o som dele, mas quando fica mais interessante é quando usamos o mesmo sistema de símbolos para comunicarmos todas as coisas abstratas e intangíveis que experimentamos.
O que tem haver com “frustração”? ou com “raiva”? ou com “amor”? Quando digo “amor”, o som sai da minha boca e atinge o ouvido de outra pessoa, viaja através de um conduíte bizantino no cérebro deles, através das lembranças de amor ou falta de amor... e eles registram o que estou dizendo, e respondem “sim, estou entendendo...”
Mas como sei que entendem? Porque as palavras são inertes...são apenas símbolos, estão mortas, sabe! E muita coisa de nossa experiência é intangível, tanto quanto que percebemos não pode ser expresso é indescritível... e além disso, quando nos comunicamos um com o outro e nós sentimos que estamos conectados, se sentirmos que somos compreendidos, acho que temos um sentimento quase de espiritual comunhão, e esse sentimento pode ser efêmero, mas acho que é por isso que vivemos...”
*Fragmentos do filme WAKING LIFE – O Despertar da Vida
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