(in memoriam) para meu vôzinho querido, que nasceu e viveu em Catolé do Rocha - sertão paraibano e que me contava suas histórias de infância nesse lugar inesquecível!
Seguir em frente.
Com pés descalços no chão em brasas, depois da guerra.
Cacos de vidros, pregos e destroços e os pés cortados sem parar pelo caminho...
É preciso seguir em frente sem olhar para trás.
Um rosto
As portas e janelas trancadas...
A chave para sempre!
Um passo a frente.
Abstrato.
A mosca vagava batendo-se nas vidraças,
Cacos de vidros, pregos e destroços e os pés cortados sem parar pelo caminho...
É preciso seguir em frente sem olhar para trás.
Um rosto
As portas e janelas trancadas...
A chave para sempre!
Um passo a frente.
Abstrato.
A mosca vagava batendo-se nas vidraças,
Vazio,
Tristeza,
Solidão,
Abandono...
Tudo ainda dói.
Penosas lágrimas sem folego.
Nem chorar mais se conseguia...
Escuridão dos quartos e salas...
Não havia mais família,
Nem filhos,
Nem netos...
Sem futuro,
Nem passado,
Nem presente.
Uma lembrança solta pelo tempo esquecido para sempre.
Em teias de aranhas formigas prendiam-se a espera da morte.
Tudo ainda dói.
Penosas lágrimas sem folego.
Nem chorar mais se conseguia...
Escuridão dos quartos e salas...
Não havia mais família,
Nem filhos,
Nem netos...
Sem futuro,
Nem passado,
Nem presente.
Uma lembrança solta pelo tempo esquecido para sempre.
Em teias de aranhas formigas prendiam-se a espera da morte.
Cem desesperos...
O maquinário continuava.
O relógio apenas dava as horas.
Tudo se perdia no tempo jogado fora...
O esquecimento ganhando.
Ele não chegou a tempo...
O maquinário continuava.
O relógio apenas dava as horas.
Tudo se perdia no tempo jogado fora...
O esquecimento ganhando.
Ele não chegou a tempo...
Será que ele não conseguiu chegar a tempo...?
Então a casa permaneceria fechada para sempre,
Sem nenhum móvel a receber assento?
Sem nenhuma janela a perceber o sol?
Sem nenhuma face a sorrir para dentro?
Era o deserto sem nuvens,
Um espaço claro e sem expressão
– meu céu do sertão!
E mesmo com aquela dor impenetrável...
Um desespero...
Uma solidão pungente,
Aquele céu de sertão brilhava...
Brilhava até cegar os olhos para nunca desistir...
O que se há de fazer é seguir em frente.
Então a casa permaneceria fechada para sempre,
Sem nenhum móvel a receber assento?
Sem nenhuma janela a perceber o sol?
Sem nenhuma face a sorrir para dentro?
Era o deserto sem nuvens,
Um espaço claro e sem expressão
– meu céu do sertão!
E mesmo com aquela dor impenetrável...
Um desespero...
Uma solidão pungente,
Aquele céu de sertão brilhava...
Brilhava até cegar os olhos para nunca desistir...
O que se há de fazer é seguir em frente.
Mãos vazias,
Pés descalços no chão em brasas, depois da guerra.
Ninguém.
Não há ninguém.
Pés descalços no chão em brasas, depois da guerra.
Ninguém.
Não há ninguém.
Quero falar sua língua...
Essa é a minha dor...
Não sei mais voltar...?
A correnteza de Peixes
Vazou as marés...
Katiuscia de Sá
11 de setembro de 2011.
Vazou as marés...
Sem olhar para trás,
É preciso ir em frente...
É preciso seguir em frente...
Para brilhar o céu do sertão
É preciso seguir em frente...
Para brilhar o céu do sertão
"ainda há uma chance!"
É preciso seguir em frente...
Katiuscia de Sá
11 de setembro de 2011.
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