“o poeta é com efeito coisa leve, santa e alada; só é capaz de criar quando se transforma num indivíduo que a divindade habita e que, perdendo a cabeça, fica inteiramente fora de si mesmo. Sem que essa possessão se produza, nenhum ser humano será capaz de criar ou vaticinar.” [Platão]

domingo, 23 de outubro de 2011

Equilíbrio do Tempo


Quando os raios dos átomos se partiram junto ao nevoeiro,
a última rajada de vento libertou-se dos olhos,
era vertigem!

por fim, no amanhecer de todos os dias,
meu sorriso foi embora para sempre...
estava cativa do amadurecimento.
Tão próxima de minha infância agora!

nos dias de ontem, um coração de menino ainda no ventre.
resguardado tudo, uma pequena folha de caderno,
rasgou-se dobrado em barquinho à vela.

os olhos serenos,
a boca emudecida e seca,
um sorriso largado.
no corpo...
um espaço em branco,
o espasmo da fera.


Katiuscia de Sá
23 de outubro de 2011

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